Monday 30 July 2012

DORA LOPES

Dora Lopes
an earlier Dora Lopes photo.
Dora at 'Carioca' when 'Baralho da vida' became a hit.

Dora Lopes had a deep and meaningful relationship with her dolls since she was a child. Here's a 1952 newpaper article about Dora where she says she started her love-affair with music singing lullabys to her beloved dolls. Added photos of Dora with her dolls appeared in 'Mundo Ilustrado' magazine in January 1953.



Reportagem de Alcy Leal para o 'Diário da Noite' de 15 Julho 1952. Dora era conhecida então como 'Loura Atômica'. Leia a legenda da foto acima: Quem poderia evitar o clássico 'fiu-fiu' diante de tão perfeita plastica? Dora Lopes é assim: adora praias, saltos de trampolim, remo, ciclismo e principalmente... cantar.

Dora Lopes in 1953

Dora Lopes começou a cantar ninando suas bonecas

Dora Lopes venceu por seus próprios méritos - De um programa de calouros para o estrelato


Leonora Amar, que se tornou afamada tanto aqui como no exterior, entrou pelas mãos de Ary Barroso, ainda na Radio Cruzeiro do Sul, cantando um samba que fez ficar de boca aberta até o homem do gongo!

Angela Maria, da A-9, essa pequena que canta muito, se iniciou na 'Hora do Pato', até que em 'Papel Carbono', de Renato Murce, foi consagrada como estrêla de primeira grandeza. No mesmo programa, revelou-se Adelaide Chiozzo.

DORA LOPES

Dora Freitas Lopes nasceu em 6 Novembro 1922, no Rio de Janeiro.

Desde garotinha que vivo botando a bôca no mundo... Comecei a cantoria nimando minhas bonecas. Depois cantava sempre. Começava pelo banheiro. Quanto mais fria a agua do chuveiro, mais forte ouviam minha voz. Uma empregada de casa de apelidou de 'sabia´', mas mais parecia um 'tico-tico no fubá', tão irriquieta eu era. Certa vez, no recreio da escola, comecei a cantar para as colegas. A professora ouviu e franziu a testa. Quando, tremendo de mêdo, pensava ouvir um carão, ela se explicou: 'Sabe o que eu estava pensando? Você tem uma voz bonita e canta com muita graça. Prepare-se para uma exibição na festa do encerramento das aulas'.

A empregada que servia o jantar, quando eu contava em casa o convite da professora, disse logo: 'Tá í, pronto! O sabiá já vai botar os bofes pela bôca fora da gaiola. Num dizia, madama? Esta menina num tem jeito mesmo...!

De 'prima-donna' das festas colegiais fui promovida a 'caloura' no programa da Tupi. Menino, quando vi a cara fechada do Ary Barroso, lembrei-me da expressão da professora. Pensei então: 'Quem sabe se ele também não acha que eu sou aproveitável?'  Estava nervosa e parecia mesmo um 'tico-tico no fubá', pois não encontrava posição para ficar alí, enfrentando pela 1a. vez um microfone. E quando Ary disse: 'Senhorita, isto não morde! Veja se fica quieta, sem tremer!', tive vontade que o chão se abrisse para eu sumir. Consegui tirar o 1o. lugar apesar da tremedeira.

Dora Lopes se iniciou como parte da dupla Tip Tin, que durante muito tempo atuou na extinta Radio Ipanema. Mas a dupla se desfêz e nasceu o conjunto Seis Pequenas do Barulho, que na Radio Globo atuou durante meio ano.

O conjunto se dispersando, também coube a vez de entrar Cupido no barulho. Por motivos sentimentais, Dora Lopes deixou o Radio. Mas a 'Loura Atômica' não permaneceu muito tempo longe do microfone. Fêz a sua volta em grande estilo, sozinha, lem 1944 e desde então Dora está na PRE-8.


reportagem de Alcy Leal
Diario da Noite - 15 Julho 1952
Agradecimentos a Alberto de Oliveira, que forneceu o material jornalístico para essa postagem.


Dora on the cover of Revista do Radio on 14 November 1953.
Radiolandia December 1954.

Em Dezembro de 1954, acusada de mais uma tentativa de suicídio, Dora Lopes procurou esclarecer o caso para a revista 'Radiolândia' e posou com sua coleção de bonecas: 'Dora ainda brinca com bonecas. Como poderia pensar em morrer?...' perguntava a revista. Reportagem cedida por Alberto de Oliveira. 


Dora is embraced by Cuban bombshell Maria Antonieta Pons who was appearing at movies in Brazil.
Father Lopes, daughter & dearest Mother Lopes in the act of smoking...

A notável sambista loura, cujo mais recente sucesso é o samba-canção 'Baralho da vida', é contratada exclusiva da Sinter. Dora Lopes, no momento, excursiona com a orquestra de Ary Barroso em 'tournée' pelas Americas.

BARALHO DA VIDA


Você é uma carta demais no baralho da vida
que o presente me traz
zombar p'ra você é um prazer 
uma felicidade unida ao sofrer

Mas quando a  sorte virar e você compreender
vai reclamar
e eu lhe direi bem baixinho
é tarde demais p'ra chorar 

depois você vai ver o que perdeu
no baralho da vida 
quem dá as cartas sou eu.

samba-canção de Ulisses de Oliveira
78 rpm de Dora Lopes - Sinter - Abril 1953.

Doras Lopes em foto promocional da Sinter.

CONVENTO 

Eu perdi tanto tempo 
pensando que amava, sem saber
só conheci o amor 
no dia em que vim a lhe conhecer

Meu passado cruel, esqueci
e o sol em minh' alma brilhou
o caminho decente da vida
foi você quem me mostrou 

Você é a expressão da sinceridade
seu coração é todo feito de bondade
sem você minha vida seria um tormento
porisso é que eu digo: 
depois de você, só um convento. 


samba-canção de Carmen Costa & Mirabeau
gravação de Dora Lopes - 1954.

Samba-canção bem melodioso, tendo um solo de clarinete nostálgico, conta a história de uma mulher 'caída', que só vem a conhecer o amor depois que conhece seu 'redentor', que a tira da 'vida fácil'. Drama comum nas músicas dos anos 1950s.

ÉS NADA, NINGUÉM

Não te esqueças de que da terra tu viestes
e que à terra, cedo ou tarde, tornarás
com a cinza do teu cigarro, te compares
pois tu és cinza, cinza apesar dos pesares

Tu não és de nada, embora tudo te convença em ser
e sendo nada, em nada tu me fazes crer
o que tu és foi casualidade da natureza
tu és ninguém, disto eu tenho certeza

E não vás pensar que seja o despeito 
ou mágoa que eu tenha comigo
por sepultar meu caso de amor contigo.

samba-canção de Clovis Santos
78 rpm de Dora Lopes - 1954

O lado A do 78 rpm é outro samba-canção muito bem orquestrado, tendo um solo de clarinete dos mais inspirados no interlúdio. O andamento chega a lembrar as orquestras Big Bands e a nota final que Dora dá é bem maneira.


Dora Lopes posa com sua boneca favorita, mais uma bonequinha de verdade, em reportagem da revista 'Mundo Ilustrado' de Janeiro de 1953.


Dora em 'Mundo Ilustrado' para o Carnaval de 1954, que gravou 'Tô pegando fôgo', para a Sinter.

Dora, chiquíssima, ao telefone; e com seu  violão em instantâneo para a 'Mundo Ilustrado' 1954.
Dora, Chocolate & Marion biding their time to get on air possibly at Radio Nacional, Rio de Janeiro.





article in 'Correio da Manhã' - 15 February 1957.

Dora Lopes marca a cadência com um pandeiro, acompanhada de regional com cavaquinho, flauta e violão.
Dora Lopes sendo afagada pela multidão que assistiu ao show em Brasilia em 1959, antes mesmo da inauguração da Nova Cap. O grande Cyro Monteiro em primeiro plano; atrás de Cyro, a acordeonista e cantora Adelaide Chiozzo ao lado do violonista Carlos Mattos, seu marido; e no centro, o sempre sorridente Jorge Veiga
Dora e os pracinhas de Brasilia, a Capital da Esperança, em 1959 ou 1960.
Dora faz um mimo num pracinha da platéia.
Leonora Amar, cantora e atriz brasileira que fez sucesso no Mexico.

Leonora Amar nasceu 1926, começou carreira nas rádios Mayrink Veiga, Tupi e Nacional, do Rio. Em 1943, com apenas 17 anos, foi para os Estados Unidos. Morou em Los Angeles, dividindo apartamento com Linda Darnell. Em seguida, mudou-se para o México. Descoberta pelo produtor Raul de Anda, estrelou o filme “Desquite” e, em seguida, “Cuide de seu Marido”. Tornou-se celebridade no México, conheceu o futuro presidente da República Miguel Aleman, com quem se casou e teve dois filhos.

Ary Barroso apresenta seu programa de calouros na PRG-3, Radio Tupi do Rio de Janeiro-DF.
Ary tendo ao fundo Macalé, terrível ajudante que gongava aqueles que desafinavam, semi-tonavam, comiam etapas, pulavam o rítmo, atropelavam o andamento etc.

DORA LOPES ajuda na construção de Brasilia

Dora Lopes, Lelé e a dona do circo em Brasilia às margens do rio Paranoá, onde foi construida a barragem.

João Filgueiras Lima, o Lelé, arquiteto, conta histórias que presenciou durante as obras de construção de Brasilia.


Para amenizar as tensões nos acampamentos, eram promovidos churrascos, reuniões e alguns eventos artísticos. Em uma dessas ocasiões, a cantora carioca Dora Lopes se apresentou em um circo instalado no Núcleo Bandeirante e eu fui convocado às pressas para acompanhá-la com meu acordeom porque o profissional por ela contratado não comparecera. Tivemos que realizar um pequeno ensaio já na hora do espetáculo e entrei em cena quase sem saber como seria a apresentação. No último número, em que dançava cantando o bolero 'Babalú', ela fez um streap-tease que terminou com as luzes do circo se apagando totalmente e ela, para criar um clímax na assistência, encostou-se escandalosamente em mim.

No meio da grande algazarra que se estabeleceu na plateia de centenas de operários, eu podia distinguir as vozes em coro que gritavam: Agarra ela, doutor! No dia seguinte evidentemente tive que dar explicações aos operários da minha obra sobre o relacionamento com a cantora depois do show.

leia mais em: http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/192/artigo163570-2.asp

caderneta de endereços de Dolores Duran, mostrando o de Dora Lopes, na rua Honorio, 1.259.


No comments:

Post a Comment